

Pesquisador diz que variante brasileira surgiu na segunda onda de Covid no AM, e não causou o colapso
Cientista afirmou que nova cepa do coronavírus foi gerada durante novo surto no estado. Ele alerta para um risco de terceira onda da Covid em maio deste ano.
A variante brasileira do coronavírus foi gerada durante a segunda onda de Covid-19 no Amazonas, e não foi responsável pelo colapso vivenciado desde janeiro, de acordo com o pesquisador Lucas Ferrante. Em entrevista à GloboNews, o cientista alertou que o estado pode enfrentar uma terceira onda da Covid em maio deste ano (veja vídeo acima).
Ferrante, que é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), compõe um grupo de cientistas que previu, no ano passado, o segundo colapso no Amazonas por conta da Covid.
Ele recomenda duas formas de impedir a terceira onda: lockdown em Manaus com 90% da população isolada e vacinação em massa com cobertura de até 70% da população do Amazonas.
O estado voltou a entrar em colapso, em janeiro deste ano, por conta do novo surto da doença, e sofreu com falta de oxigênio nos hospitais. Até esta segunda-feira (15), mais de 9,9 mil pessoas morreram com a Covid no Amazonas.
Segundo Ferrante, a nova cepa (chamada de P.1) foi gerada por conta da maior circulação de pessoas durante as festas de fim de ano, e pela volta às aulas, que também aumentou a circulação. O Amazonas foi o primeiro estado do País a retomar aulas presenciais no ano passado.
“Nós já estamos mensurando que essa P.1 se torne predominante agora em março, e atá maio nós devemos ter uma terceira onda, que, diferente das outras ondas, ela não vai arremeter, ela vai ficar constante, e nós devemos ter um grau de mortalidade em Manaus muito superior aos meses do ano passado”, afirmou.
O pesquisador destaca, ainda, que a variante brasileira é mais transmissível que a linhagem que circulava no estado, e ela tem um potencial grande para novas mutações, “e aí nós podemos ter uma cepa resistente a vacinas”.
“Então, em uma ação emergencial pra Manaus, é extremamente necessário, a primeira coisa, que feche os aeroportos e o transporte interestadual, porque essa variante ela está escapando para os outros estados e para o país”, disse.
Mutações na nova variante podem deixá-la mais infecciosa — Foto: Getty Images via BBC
Mutações na nova variante podem deixá-la mais infecciosa — Foto: Getty Images via BBC
De acordo com Ferrante, o colapso enfrentado no Amazonas pode se alastrar para outros estados brasileiros caso não sejam tomadas medidas mais rígidas de isolamento a nível nacional.
“O Brasil deve passar por uma crise muito maior do que foi vista em 2020, se nada for feito nesse momento. Nós estamos perdendo o timing de resposta a isso, então isso é realmente preocupante na nossa visão, porque o Amazonas já indica uma terceira onda, e isso está se espalhando para os outros estados nesse momento”, afirmou.
Por meio de nota, o Governo do Amazonas afirmou que vem adotando medidas de restrição desde janeiro, com decreto em vigor, e “já foi possível observar uma estabilização no número de casos e internações nos últimos 15 dias”. Mesmo em vigor, o decreto que restringe as atividades não essenciais já foi flexibilizado desde o começo deste mês.
“A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) esclarece ainda, que não existem parâmetros técnicos que permitam antecipar a ocorrência de um novo pico de infeções pelo novo coronavírus”, diz trecho da nota.


Cientista diz que Amazonas pode enfrentar terceira onda da Covid-19 em março
O pesquisador Lucas Ferrante afirmou que, a partir de um estudo, é possível surgir uma terceira onda do novo Coronavírus no Amazonas entre março e maio. Para ele, pode ter uma mortalidade em Manaus maior à registrada nos meses de 2020.
Gráficos mostram 2ª onda mais perigosa
Em janeiro deste ano, o Amazonas alcançou tristes recordes em relação à pandemia (veja gráficos abaixo). Na segunda onda da doença, o número de mortes, internações e novos casos foi muito maior do que na primeira onda, ocorrida entre abril e maio do ano passado.
Nos dias 14 e 15 de janeiro, por conta da segunda onda, os hospitais de Manaus estavam lotados e ficaram sem oxigênio para os pacientes. A demanda aumentou, em 15 dias, de 30 mil m³ diários para 76 mil m³, superando a capacidade de fornecimento da empresa terceirizada.
Como combater a nova variante?
Segundo pesquisador Felipe Naveca, da Fiocruz Amazônia, existe apenas uma maneira de combater a nova variante: diminuir a circulação do vírus, seja por vacinação, seja por distanciamento social.
“A gente precisa muito do apoio da população nesse momento, como a vacinação ainda tá muito inicial, a gente precisa que as pessoas reforcem as medidas de cuidado, como distanciamento social, lavagem das mãos, utilização de máscaras, pra poder diminuir a transmissão do vírus agora”, disse.
Impedir a circulação do coronavírus também ajuda a evitar que outras variantes ou mutações surjam, ainda conforme Naveca.
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Fonte: G1
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